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De alguma maneira, o trabalho de Godard sobre as imagens —
e os sons — obriga-nos a pensar e repensar a verdade daquilo que vemos (e ouvimos). Se ele diz que
"o cinema acabou", é apenas porque o continua
para além da sua morte. Assim, por exemplo, as imagens de
Histoire(s) du Cinéma estão para além da citação de filmes. Mais precisamente, cada vez que Godard reinveste uma imagem de
outro filme, o que ele faz/mostra é a reconversão dessa imagem em matéria viva do filme a que estamos a assistir. Daí o paradoxo: a imagem transforma-se em tela de pintura (sentimos os gestos que a redesenham) e página de escrita (aberta a todas as narrativas). No limite, deparamos com esta verdade transparente e infinitamente enigmática: "a câmara é o écran".
> (Pergunta de algibeira: quem está por detrás das letras amarelas ? )